sábado, 17 de fevereiro de 2007

قناة السويس, Qanā al-Suways

Faz precisamente hoje 140 anos que, pela primeira vez um navio atravessou o Canal do Suez.

A construção de um canal que ligasse os mares Mediterrâneo e Vermelho através do istmo de Suez, no Egipto, era um plano muito antigo. Os romanos já usavam a região para a passagem de pequenas embarcações e chamavam-na de "Canal dos Faraós". Os defensores do projecto argumentavam que o canal diminuiría a distância entre a Europa e o sul da Ásia. Os navios que partiam do Mar Mediterrâneo não teriam mais que circundar a África e contornar o cabo da Boa Esperança para atingir os Oceanos Índico e Pacífico.

O Canal do Suez (em árabe, قناة السويس, Qanā al-Suways) é um longo canal de 163 km que liga Port-Saïd, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho.

O projecto de construção do canal foi coordenado pelo engenheiro e diplomata francês Ferdinand de Lesseps, que adquiriu os direitos de abertura e exploração por um período de 99 anos. Para isso ele montou uma empresa, a Companhia Universal do Canal Marítimo de Suez, que teve como principais accionistas França e Reino Unido.

Estima-se que 1,5 milhões de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 000 morreram, principalmente da cólera.

As obras iniciaram-se em 1859 e terminaram dez anos mais tarde com um custo de 17 milhões de libras esterlinas. No final dos trabalhos, o Egipto e a França eram os proprietários do canal.

A 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi apenas a 17 de novembro de 1869. O compositor italiano Giuseppe Verdi compõs a ópera Aída. Também presente como jornalista convidado, esteve o escritor português Eça de Queiroz, que escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.

A dívida externa do Egipto obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Uno, garantindo assim sua rota para as Índias.

Em 1888, a Convenção de Constantinopla definiu que o Canal de Suez deveria servir a embarcações de todos os países mesmo em tempos de guerra. A Inglaterra e Egipto assinaram, em 1936, um acordo que assegurava a presença militar do Reino Unido na região do canal por um período de 20 anos.

Com a retirada das tropas inglesas, em 1956, o presidente egípcio Gamal Nasser iniciou um conflito ao nacionalizar o canal e ao impedir a passagem de navios com a bandeira de Israel. Neste mesmo ano, com o auxílio do Reino Unido e da França, o exército israelita invadiu o Egipto. Derrotado, mas contando com o apoio da ONU, dos EUA e da União Soviética, o Egipto garantiu o controle sobre o canal. O preço do apoio foi a abertura do canal para a navegação internacional.

Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias (conflito entre Israel e a frente árabe, formada por Egipto, Jordânia e Síria), a passagem é novamente fechada. A partir de 1975 o Canal de Suez é reaberto para todas as nações do mundo.

É o mais longo canal do mundo, com 163 km de extensão, e sua travessia dura cerca de 15 horas a uma velocidade de 14 km/h.

O canal não possui eclusas (construção que permite que barcos subam ou desçam os rios em locais onde há quedas de água), pois todo o trajecto está ao nível do mar, contrariamente ao canal do Panamá, e tem três lagos no seu percurso. A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis e sua largura mínima é de 55 metros.
O canal comporta navios de até 500 metros de comprimento por 70 metros de largura.
Aproximadamente 15000 navios por ano atravessam o canal, representando 14% do transporte mundial de mercadorias. O valor médio das taxas pagas por um petroleiro para atravessar este canal é de 70 mil dólares americanos.


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