sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Para a tosse...

Quantas vezes após uma tossidela já fomos abordados por alguém que insistentemente nos oferecia um rebuçado para a tosse? Os verdadeiros rebuçados para a tosse do Dr. Bayard são conhecidos por todos nós pois já as nossas avós os usavam sempre que um pigarro mais forte as atacava.

A inconfundivel embalagem branca não engana, e parece que ainda estão para ficar por cá muitos e muitos anos. Mas afinal quem é o Dr. Bayard?


O doutor Bayard era um refugiado francês que chegou a Lisboa por alturas da Segunda Guerra Mundial. Álvaro Matias conheceu-o na mercearia onde trabalhava, após ter vindo do interior do país para ganhar a vida na capital. Bayard queria comprar presunto e Álvaro convenceu-o a comprar um inteiro. O francês passou a ser um cliente assíduo da mercearia mas a sua condição económica começou a deteriorar-se. Álvaro ia-o ajudando como podia.

Finda a guerra, o francês regressou a França e como prova de gratidão transmitiu-lhe a receita dos rebuçados peitorais. A produção começou com uma pequena indústria caseira mas houve posteriormente a necessidade de construir uma fábrica.


A fórmula dos rebuçados Dr. Bayard mantém-se desde 1949. A empresa produz apenas este produto, e é líder de mercado durante todo o ano.


As nossas gargantas agradecem...
"NÃO SOFRA MAIS! ONDE CHEGAM OS REBUÇADOS PEITORAIS DR. BAYARD A TOSSE DESAPARECE!"


Ora nem mais:)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

O multibanco nasceu há 40 anos!

A primeira caixa automática funcional do mundo foi instalada em Londres, a 27 de Junho de 1967, numa filial do Barclays Bank. A invenção é creditada a John Shepherd-Barron, que afirmou ter tido esta ideia enquanto tomava banho.
"Há muito tempo que tentava encontrar uma forma de aceder ao meu dinheiro em qualquer parte do mundo", declarou Shepherd-Barron à imprensa da época. A inspiração adveio das vulgares máquinas de venda de chocolates, "mas substituindo as guloseimas por notas".


As primeiras caixas automáticas aceitavam apenas uma ficha ou cupão de uso único, que era retido pela máquina. A ideia de um cartão reutilizável com PIN integrado coube a James Goodfellow, em 1965. Goodfellow experimentou o sistema em casa, com a sua esposa, concluindo que era mais fácil memorizar quatro algarismos do que seis, número que tinha inicialmente imaginado para constituir o código.


Hoje, existem cerca de 1,6 milhões de caixas automáticas, e o sistema português é considerado um dos mais avançados a nível mundial devido ao elevado número de funcionalidades disponibilizadas nos seus terminais.

Para que não seja apanhado desprevenido, eis alguns nomes por que são conhecidos os sistemas de caixa automática noutros países:


- Green Machine - Canadá
- Khodpardaz - Irão (a palavra significa "pagador automático" em persa)
- Night and Day - Nova Zelândia
- Caspomat - Israel
- Otto - Finlândia
- Pinautomaat - Holanda
- TYME Machine - EUA (a sigla significa "Take Your Money Everywhere", ou seja, "leve o seu dinheiro para qualquer sítio")
- Zidong tikuanji - China
- Saraph 'Ali - Árabe

terça-feira, 29 de maio de 2007

Stonehenge


A construção de Stonehenge, em Inglaterra, começou por volta de 3000 a.C. e muito se tem especulado sobre a sua finalidade e os responsáveis pela sua construção.


Muitos defendem que se tratava de um templo dedicado ao culto de antigas divindades terrenas, um observatório astronómico ou ainda um local sagrado de cultos funerários.


Edificada em três fases, ao longo de um período de 1400 anos, esta "grandiosa" obra contou com uma força de trabalho massiva estimando-se para a sua execução mais de 30 milhões de horas de trabalho.


Apesar de “rudimentares” estas edificações já foram materializadas sobre a forma de estruturas em pórtico, existindo dois pilares que apoiavam uma viga de pedra. Os primeiros “engenheiros” da Era de Bronze escavaram o solo com instrumentos feitos de chifres de veados e ossos de animais.


Esta construção conta com peças que pesam até 50 toneladas e com 5 metros de altura. É uma das candidatas às novas 7 maravilhas do Mundo.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Insectos de patas para o ar

Os insectos, e também as aranhas, inventaram uma óptima maneira para derrotar as leis da gravidade e assim andarem nos tectos sem correrem o risco de cairem "cá abaixo"!
As moscas tem duas membranas em cada pata que estão equipadas com minúsculos pêlos. As primeiras teorias diziam que estes pêlos se fixavam em pequenos relevos nas paredes (difícil de explicar quando as moscas andam à vontade pelos espelhos), mas o que acontece é que as membranas das patas segregam uma substância pegajosa (uma autêntica gosma), à base de açúcares e óleos, que literalmente cola a pata à superfície.
É claro que a seguir vem a pergunta: mas afinal como é que se deslocam para poderem andar? Parece que a técnica varia com a espécie, mas vai desde o uso de "lâminas" para cortar a cola até processos de torção, puxão, etc..

sábado, 7 de abril de 2007

Afinal quem inventou o telefone?

Desde sempre se ouviu dizer que o inventor do telefone foi Alexander Graham Bell, mas tal não corresponde à verdade.

Bell patenteou o seu telefone nos Estados Unidos no inicio de 1876, mas esta patente foi contestada repetidamente, aparecendo mais de um reivindicador para a honra e recompensa de ser o inventor original do telefone.


Antonio Meucci, um emigrante italiano, arquivou em 1871 um requerimento no Gabinete de Patentes dos Estados Unidos, e tentou convencer o Sr. Grant, presidente da Companhia Telegráfica de Nova Iorque, a experimentar o instrumento. A doença, consequência de um ferimento devido a uma explosão a bordo de um barco, retardou as suas experiências, e impediram que terminasse a sua patente. O instrumento experimental de Meucci foi exibido no exposição de Filadélfia de 1884, e atraiu muita atenção mas o modelo demonstrado não estava completo.


Porém, devido a dificuldades financeiras, Meucci apenas conseguiu pagar a patente provisória da sua invenção, e acabou vendendo o protótipo do telefone a Alexander Graham Bell, que em 1876 patenteou a invenção como sua. Meucci processou-o, mas acabou por falecer durante o julgamento e o caso foi encerrado.


Assim, Bell foi considerado durante muitos anos como inventor do telefone, mas o trabalho de Meucci foi reconhecido postumamente em 11 de junho de 2002 o Congresso dos Estados Unidos aprovou a resolução No. 269 na qual se reconheceu que o inventor do telefone foi, na realidade, Antonio Meucci e não Alexander Graham Bell.

domingo, 4 de março de 2007

Esplendor na relva

O acto de jogar golfe pode ser descrito de uma forma dramática. Basicamente há um campo de 350m de comprimento, um homem com um pau na mão, uma bola com 4cm de diâmetro e um buraco com pouco mais de 10cm. Depois, aquele homem pequenino tem de percorrer aquele campo gigantesco com aquele pau fininho na mão, metendo aquela bola minúscula naquele buraco ínfimo em apenas 4 pauladas. Assusta, e não é fácil!
Aqui ficam alguns dos príncipios a aprender para se jogar golfe como um profissional: "set up" firme, com os cotovelos colados à barriga, "stance" alinhado em comboio com o "green", bola ligeiramente no enfiamento da perna esquerda, "grip" enérgico, taco com a face voltada para o "pin", corpo semi-erecto, pernas flectidas, costas e rabo direitos, enroscamento compassado das ancas para a direita, carregamento do taco em triângulo até meio do "backswing", braço esquerdo esticado com punhos partidos a 90º, "release" para a direita ao longo da rotação, "follow-through" para fora, barriga para a frente, movimento completo com pausa final, cabeça baixa durante tanto tempo quanto possível ao longo do processo, etc.
A verdade é que não haverá uma só pancada em que consigamos conjugar todos estes princípios, pois os princípios são tantos que durante muito tempo nem sequer os vamos conseguir enunciar a todos..
GLOSSÁRIO
Air shot - pancada falhada, em que não se acerta na bola
Albatroz - conclusão de um buraco três pancadas abaixo do "par" do mesmo
Backswing - rotação do corpo para trás, para ganhar balanço em direcção à pancada
Birdie - conclusão de um buraco uma pancada abaixo do "par" do mesmo
Bogey - conclusão de um buraco uma pancada acima do "par" do mesmo
Chipping - pancada de distância curta mas feita de fora do "green", em que a bola é levemente picada e depois rola em direcção ao buraco
Driving range - campo de treinos, em que se batem bolas em direcção a buraco nenhum
Duplo Bogey - conclusão de um buraco duas pancadas acima do "par" do mesmo
Eagle - conclusão de um buraco duas pancadas abaixo do "par" do mesmo
Fairway - zona central do campo relativo a cada buraco, de relva curta, geralmente unindo o "tee" ao "green"
Fluff - pancada frouxa em que se bate na bola demasiado por cima e se obtém uma progressão rasteira e reduzida
Follow-through - rotação do corpo para a frente ao longo do "swing", feito após a pancada
Green - área de relva fina onde se situa o buraco
Green fee - taxa de utilização de um campo para uma volta de 9 ou 18 buracos
Grip - forma como se agarra o cabo do taco
Handicap - número de pancadas de benefeciação a que um jogador amador tem direito de acordo com o grau de fragilidade do seu jogo (de 1 a 36)
Hole-in-one - conclusão de um buraco à primeira pancada
Home club - clube por que um determinado jogador está inscrito na respectiva federação de golfe
Hook - bola que curva pronunciadamente para a esquerda
Par - número ideal de pancadas para a conclusão de um buraco/campo
Pin - Pau da bandeira
Pitching - pancada de meia distância, em que a bola executa um voo extremamente picado
Putting - pancada dentro do "green" em que a bola se limita a rolar em direcção ao buraco
Release - rotação dos pulsos ao longo do "swing"
Set up - posição global do jogador em relação à bola
Shot - pancada
Slice - bola que curva pronunciadamente para a direita
Stance - posição dos pés no momento do "set up"
Stroke savers - brochura vendida em alguns campos com toda a informação sobre cada um dos buracos, de forma a facilitar a vida aos jogadores
Stableford - modelo de jogo em que se contam os pontos obtidos em cada buraco de acordo com o "handicap" de cada jogador, a saber: 1pt por "bogey",2pts por "par", 3pts por "birdie", 4pts por "eagle" e 5pts por "albatroz"
Swing - movimento completo para a realização de uma pancada
Tee - suporte onde se suspende a bola para o "shot" inicial de um buraco
Tee shot - pancada de abertura de um buraco
Triplo bogey - conclusão de um buraco três pancadas acima do "par" do mesmo

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Porque é que o salmão é cor-de-rosa?

A tão característica cor do salmão é devido a um pigmento chamado astaxantina.
O salmão é um peixe branco. O pigmento vermelho é feito através das algas e dos organismos unicelulares, que são ingeridos pelos camarões (o pigmento é armazenado no músculo do camarão ou na casca). Quando os camarões são comidos pelo salmão, estes também acumulam o pigmento nos seus tecidos adiposos.
Os salmões com o passar do tempo tornam-se avermelhados devido ao facto de não conseguirem livrar-se do pigmento. Como a dieta do salmão é muito variada, o salmão natural toma uma enorme variedade de cores, desde um cor-de-rosa suave a um vermelho vivo.

Hoje em dia a maioria do salmão vem dos viveiros. Isto acontece em redes grandes que são lançadas em águas calmas (fiordes, baías) ou em tanques em terra. A maioria dos salmões de viveiros vem da Noruega, da Escócia, da Islândia, do Alasca e do Chile. Estes salmões são principalmente alimentados com comida para peixe.
Como este preparado não contém camarão, significa que o salmão permanece branco. O consumidor, no entanto, não está interessado em salmão branco, mesmo que o gosto seja o mesmo.
Por esta mesma razão, a astaxantina é adicionada ao alimento do salmão. Na maioria dos casos a astaxantina é feita quimicamente; a outra alternativa é extraí-la a partir da farinha de camarão. Outra possibilidade é o uso de fermento vermelho seco, que proporciona o mesmo pigmento. No entanto a mistura sintética é mais barata.

A astaxantina é um carotenoide, assim como outros carotenoides que são responsáveis pela cor vermelha dos tomates, pimentos e das cenouras. Os homens também armazenam a astaxantina nos seus tecidos adiposos, mas não em quantidades suficientes para que o nosso corpo fique com uma cor vermelha.
Os flamingos devem a sua cor, cor de rosa avermelhada à astaxantina da mesma maneira que o salmão .

sábado, 17 de fevereiro de 2007

قناة السويس, Qanā al-Suways

Faz precisamente hoje 140 anos que, pela primeira vez um navio atravessou o Canal do Suez.

A construção de um canal que ligasse os mares Mediterrâneo e Vermelho através do istmo de Suez, no Egipto, era um plano muito antigo. Os romanos já usavam a região para a passagem de pequenas embarcações e chamavam-na de "Canal dos Faraós". Os defensores do projecto argumentavam que o canal diminuiría a distância entre a Europa e o sul da Ásia. Os navios que partiam do Mar Mediterrâneo não teriam mais que circundar a África e contornar o cabo da Boa Esperança para atingir os Oceanos Índico e Pacífico.

O Canal do Suez (em árabe, قناة السويس, Qanā al-Suways) é um longo canal de 163 km que liga Port-Saïd, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho.

O projecto de construção do canal foi coordenado pelo engenheiro e diplomata francês Ferdinand de Lesseps, que adquiriu os direitos de abertura e exploração por um período de 99 anos. Para isso ele montou uma empresa, a Companhia Universal do Canal Marítimo de Suez, que teve como principais accionistas França e Reino Unido.

Estima-se que 1,5 milhões de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 000 morreram, principalmente da cólera.

As obras iniciaram-se em 1859 e terminaram dez anos mais tarde com um custo de 17 milhões de libras esterlinas. No final dos trabalhos, o Egipto e a França eram os proprietários do canal.

A 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi apenas a 17 de novembro de 1869. O compositor italiano Giuseppe Verdi compõs a ópera Aída. Também presente como jornalista convidado, esteve o escritor português Eça de Queiroz, que escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.

A dívida externa do Egipto obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Uno, garantindo assim sua rota para as Índias.

Em 1888, a Convenção de Constantinopla definiu que o Canal de Suez deveria servir a embarcações de todos os países mesmo em tempos de guerra. A Inglaterra e Egipto assinaram, em 1936, um acordo que assegurava a presença militar do Reino Unido na região do canal por um período de 20 anos.

Com a retirada das tropas inglesas, em 1956, o presidente egípcio Gamal Nasser iniciou um conflito ao nacionalizar o canal e ao impedir a passagem de navios com a bandeira de Israel. Neste mesmo ano, com o auxílio do Reino Unido e da França, o exército israelita invadiu o Egipto. Derrotado, mas contando com o apoio da ONU, dos EUA e da União Soviética, o Egipto garantiu o controle sobre o canal. O preço do apoio foi a abertura do canal para a navegação internacional.

Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias (conflito entre Israel e a frente árabe, formada por Egipto, Jordânia e Síria), a passagem é novamente fechada. A partir de 1975 o Canal de Suez é reaberto para todas as nações do mundo.

É o mais longo canal do mundo, com 163 km de extensão, e sua travessia dura cerca de 15 horas a uma velocidade de 14 km/h.

O canal não possui eclusas (construção que permite que barcos subam ou desçam os rios em locais onde há quedas de água), pois todo o trajecto está ao nível do mar, contrariamente ao canal do Panamá, e tem três lagos no seu percurso. A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis e sua largura mínima é de 55 metros.
O canal comporta navios de até 500 metros de comprimento por 70 metros de largura.
Aproximadamente 15000 navios por ano atravessam o canal, representando 14% do transporte mundial de mercadorias. O valor médio das taxas pagas por um petroleiro para atravessar este canal é de 70 mil dólares americanos.


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Terra de ninguém

O Equador é a linha de latitude zero, e os paralelos são circunferências paralelas ao Equador. Cada paralelo dista 111 km do paralelo seguinte.

A península coreana está dividida pelo Paralelo 38.
O Norte é ocupado pela República Popular Democrática da Coreia e o Sul pela República da Coreia. Enquanto que o primeiro vive num sistema comunista, isolado do resto do mundo, o outro, capitalista, é um dos países mais desenvolvidos do mundo em termos tecnológicos.

O Paralelo 38 separa dois sistemas económicos e políticos diferentes e duas realidades completamente distintas. De um lado as tecnologias mais modernas permitem aos seus habitantes estarem permanentemente em contacto com qualquer parte do mundo, do outro um regime ditatorial impede o acesso dos norte-coreanos aos meios de comunicação mais modernos e controla toda a informação que chega até eles.

A Coreia do Norte é uma consequência da Guerra-fria.O país surgiu no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a ocupação japonesa da península coreana deu lugar a duas áreas de influência com regimes separados: uma de ocupação soviética, acima do Paralelo 38, e outra controlada pelos Estados Unidos, abaixo dessa mesma latitude.
O Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC), exilado na União Soviética durante a ocupação japonesa, emergiu como poder político na parte
norte da Península Coreana. Com a ajuda das tropas soviéticas, o PTC instalou-se no poder sob o comando de Kim Il Sung, e a República Democrática do Povo da Coreia foi proclamada no dia 1 de Maio de 1948.

A paz manteve-se até 25 de Junho de 1950, quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, ou seja, o Paralelo 38 e deu início a uma grande guerra, envolvendo China e União Soviética de um lado e os EUA do outro.
Três anos e quatro milhões de mortos depoi
s, foi assinado um armistício, criando uma zona desmilitarizada entre os dois países, a também chamada terra de ninguém...