sábado, 24 de fevereiro de 2007

Porque é que o salmão é cor-de-rosa?

A tão característica cor do salmão é devido a um pigmento chamado astaxantina.
O salmão é um peixe branco. O pigmento vermelho é feito através das algas e dos organismos unicelulares, que são ingeridos pelos camarões (o pigmento é armazenado no músculo do camarão ou na casca). Quando os camarões são comidos pelo salmão, estes também acumulam o pigmento nos seus tecidos adiposos.
Os salmões com o passar do tempo tornam-se avermelhados devido ao facto de não conseguirem livrar-se do pigmento. Como a dieta do salmão é muito variada, o salmão natural toma uma enorme variedade de cores, desde um cor-de-rosa suave a um vermelho vivo.

Hoje em dia a maioria do salmão vem dos viveiros. Isto acontece em redes grandes que são lançadas em águas calmas (fiordes, baías) ou em tanques em terra. A maioria dos salmões de viveiros vem da Noruega, da Escócia, da Islândia, do Alasca e do Chile. Estes salmões são principalmente alimentados com comida para peixe.
Como este preparado não contém camarão, significa que o salmão permanece branco. O consumidor, no entanto, não está interessado em salmão branco, mesmo que o gosto seja o mesmo.
Por esta mesma razão, a astaxantina é adicionada ao alimento do salmão. Na maioria dos casos a astaxantina é feita quimicamente; a outra alternativa é extraí-la a partir da farinha de camarão. Outra possibilidade é o uso de fermento vermelho seco, que proporciona o mesmo pigmento. No entanto a mistura sintética é mais barata.

A astaxantina é um carotenoide, assim como outros carotenoides que são responsáveis pela cor vermelha dos tomates, pimentos e das cenouras. Os homens também armazenam a astaxantina nos seus tecidos adiposos, mas não em quantidades suficientes para que o nosso corpo fique com uma cor vermelha.
Os flamingos devem a sua cor, cor de rosa avermelhada à astaxantina da mesma maneira que o salmão .

sábado, 17 de fevereiro de 2007

قناة السويس, Qanā al-Suways

Faz precisamente hoje 140 anos que, pela primeira vez um navio atravessou o Canal do Suez.

A construção de um canal que ligasse os mares Mediterrâneo e Vermelho através do istmo de Suez, no Egipto, era um plano muito antigo. Os romanos já usavam a região para a passagem de pequenas embarcações e chamavam-na de "Canal dos Faraós". Os defensores do projecto argumentavam que o canal diminuiría a distância entre a Europa e o sul da Ásia. Os navios que partiam do Mar Mediterrâneo não teriam mais que circundar a África e contornar o cabo da Boa Esperança para atingir os Oceanos Índico e Pacífico.

O Canal do Suez (em árabe, قناة السويس, Qanā al-Suways) é um longo canal de 163 km que liga Port-Saïd, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho.

O projecto de construção do canal foi coordenado pelo engenheiro e diplomata francês Ferdinand de Lesseps, que adquiriu os direitos de abertura e exploração por um período de 99 anos. Para isso ele montou uma empresa, a Companhia Universal do Canal Marítimo de Suez, que teve como principais accionistas França e Reino Unido.

Estima-se que 1,5 milhões de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 000 morreram, principalmente da cólera.

As obras iniciaram-se em 1859 e terminaram dez anos mais tarde com um custo de 17 milhões de libras esterlinas. No final dos trabalhos, o Egipto e a França eram os proprietários do canal.

A 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi apenas a 17 de novembro de 1869. O compositor italiano Giuseppe Verdi compõs a ópera Aída. Também presente como jornalista convidado, esteve o escritor português Eça de Queiroz, que escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.

A dívida externa do Egipto obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Uno, garantindo assim sua rota para as Índias.

Em 1888, a Convenção de Constantinopla definiu que o Canal de Suez deveria servir a embarcações de todos os países mesmo em tempos de guerra. A Inglaterra e Egipto assinaram, em 1936, um acordo que assegurava a presença militar do Reino Unido na região do canal por um período de 20 anos.

Com a retirada das tropas inglesas, em 1956, o presidente egípcio Gamal Nasser iniciou um conflito ao nacionalizar o canal e ao impedir a passagem de navios com a bandeira de Israel. Neste mesmo ano, com o auxílio do Reino Unido e da França, o exército israelita invadiu o Egipto. Derrotado, mas contando com o apoio da ONU, dos EUA e da União Soviética, o Egipto garantiu o controle sobre o canal. O preço do apoio foi a abertura do canal para a navegação internacional.

Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias (conflito entre Israel e a frente árabe, formada por Egipto, Jordânia e Síria), a passagem é novamente fechada. A partir de 1975 o Canal de Suez é reaberto para todas as nações do mundo.

É o mais longo canal do mundo, com 163 km de extensão, e sua travessia dura cerca de 15 horas a uma velocidade de 14 km/h.

O canal não possui eclusas (construção que permite que barcos subam ou desçam os rios em locais onde há quedas de água), pois todo o trajecto está ao nível do mar, contrariamente ao canal do Panamá, e tem três lagos no seu percurso. A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis e sua largura mínima é de 55 metros.
O canal comporta navios de até 500 metros de comprimento por 70 metros de largura.
Aproximadamente 15000 navios por ano atravessam o canal, representando 14% do transporte mundial de mercadorias. O valor médio das taxas pagas por um petroleiro para atravessar este canal é de 70 mil dólares americanos.


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Terra de ninguém

O Equador é a linha de latitude zero, e os paralelos são circunferências paralelas ao Equador. Cada paralelo dista 111 km do paralelo seguinte.

A península coreana está dividida pelo Paralelo 38.
O Norte é ocupado pela República Popular Democrática da Coreia e o Sul pela República da Coreia. Enquanto que o primeiro vive num sistema comunista, isolado do resto do mundo, o outro, capitalista, é um dos países mais desenvolvidos do mundo em termos tecnológicos.

O Paralelo 38 separa dois sistemas económicos e políticos diferentes e duas realidades completamente distintas. De um lado as tecnologias mais modernas permitem aos seus habitantes estarem permanentemente em contacto com qualquer parte do mundo, do outro um regime ditatorial impede o acesso dos norte-coreanos aos meios de comunicação mais modernos e controla toda a informação que chega até eles.

A Coreia do Norte é uma consequência da Guerra-fria.O país surgiu no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando a ocupação japonesa da península coreana deu lugar a duas áreas de influência com regimes separados: uma de ocupação soviética, acima do Paralelo 38, e outra controlada pelos Estados Unidos, abaixo dessa mesma latitude.
O Partido dos Trabalhadores da Coreia (PTC), exilado na União Soviética durante a ocupação japonesa, emergiu como poder político na parte
norte da Península Coreana. Com a ajuda das tropas soviéticas, o PTC instalou-se no poder sob o comando de Kim Il Sung, e a República Democrática do Povo da Coreia foi proclamada no dia 1 de Maio de 1948.

A paz manteve-se até 25 de Junho de 1950, quando a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, ou seja, o Paralelo 38 e deu início a uma grande guerra, envolvendo China e União Soviética de um lado e os EUA do outro.
Três anos e quatro milhões de mortos depoi
s, foi assinado um armistício, criando uma zona desmilitarizada entre os dois países, a também chamada terra de ninguém...